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Não seja genérico na sua oração | Por Walter McAlister

“Senhor, ensina-nos a orar.” Lucas 11:1

A oração é uma escola. Ninguém nasce na fé sabendo orar. João Batista ensinou seus discípulos a orar e Jesus fez o mesmo. Não temos o registro do que João Batista ensinou, mas certamente temos o que Jesus falou em resposta a esse pedido achado em Lucas 11. Dessa indagação nasceu a oração que tantos já repetiram inúmeras vezes e que norteia a oração do povo de Deus há dois mil anos.

Mais do que uma oração apenas, o “Pai Nosso” é uma escola de oração. Nessa oração aprendemos sobre os desígnios de Deus, sobre sua natureza e relacionamento conosco e sobre as coisas que indubitavelmente são legítimas para pedir em oração. Então quando falamos de oração, é impossível não levar em conta os pedidos claros e simples que Jesus nos ensinou a fazer.

Há muita confusão em torno desse assunto, como também há muitas coisas ditas sobre oração que não procedem. Por exemplo, já perdi a conta das vezes em que ao recebermos uma notícia chocante ou trágica alguém bradou, “temos que orar”. Ou os pedidos se limitam a algo tipo “oremos pelo Oriente Médio”. Dizer para Deus, “Ó, Senhor, abençoe o Oriente Médio” não é uma oração. É um brado, um chavão. Mas o que estamos pedindo afinal? Oração que não tenha um objetivo claro não é oração.

Quando contemplamos a oração do “Pai Nosso”, vemos claramente objetivos muito simples e mensuráveis. Pedir que “a vontade de Deus seja feita aqui na terra como no céu” é um pedido. De repente podemos orar para que a vontade de Deus seja feita no Oriente Médio, sem dúvidas. Mas, quando essas coisas e pedidos surgem, costumo perguntar sobre o que e para que fim estamos realmente orando. Oração “genérica” não é oração. Oração sem objetivo não é oração. Temos que saber e sermos claros sobre o que exatamente estamos orando.

Posso orar pela cura de alguém. Posso orar pelo consolo em tempos de perda e tragédia. Posso orar pela salvação de um grupo de pessoas, como os jovens de uma região metropolitana, por exemplo. Posso orar por uma visitação sobrenatural sobre a nossa nação que redunde na conversão dos povos e no avivamento da Igreja (que anda muito aquém do alvo).

Como alguém que ora, costumo parar e pensar bem antes de orar. Até quando oro por situações que conheço bem, há momentos em que tenho que parar e pensar muito sobre o que exatamente estou pedindo. Tem horas que nem sei como orar e então recorro ao pedido, “seja feita a tua vontade”.

Mas confesso que muito do que ouço sobre oração não passa de tagarelice cristã. Quando alguém diz, “ore por mim”, e outro responde, “vou orar”. Eu me pergunto, orar para o quê? E quem afirma que vai orar, ora mesmo? Creio que boa parte dessas palavras são farelo verbal que se perde nos ventos do nosso dia a dia ocupado. Na hora de ajoelhar e orar (se de fato essa pessoa tem ou não uma vida de oração) o companheiro realmente acrescenta aos seus pedidos a pessoa que ao sair pela porta pediu, “ore por mim”? Quantas vezes nos meus anos iniciais de fé eu afirmava, “estamos orando”, quando, de fato, eu sequer lembrava do pedido na hora de orar. Hoje em dia sou mais criterioso. Ou eu paro e oro naquele momento com a pessoa após perguntar, “orar pelo quê?”, ou não afirmo que vou orar. Quando alguém me pede oração e aceito fazê-lo, me empenho a incluir o seu nome e a sua situação nas minhas orações diárias. Tenho uma lista que guardo com zelo e incluo poucos para oração diárias. Já é extensa a lista e oro por cada pedido nela com afinco. Mais do que apenas, “oro por Fulano, Beltrano, e Mariazinha”, quando oro por alguém, incluo a sua situação. Peço proteção para alguns, cura para outros, salvação para ainda outros e por aí vai.

Oração tem que fazer sentido. Tem que evoluir além do genérico. Não podemos orar por um país sem ter noção do que estamos pedindo. Oro pelo Brasil, mas peço que Deus derrube autoridades iníquas, tire de poder os corruptos e destrua as sinagogas de Satanás, destronando os falsos profetas e falsos pastores e mestres. Isso eu peço todo dia.

Quando você for orar, tenha em mãos a sua lista. Não recite apenas uma lista de pessoas. Saiba bem o que você está pedindo quando orar.

WM

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