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Orando para a glória de Deus – Parte II: Cotidiano

Por Marcelo Maia 

“Mundo” é uma daquelas palavras com significados diversos na Bíblia e que, muitas vezes, confundem nossa compreensão do texto. Sabemos que o mundo jaz no Maligno, que não devemos amar o mundo e nem o que nele há. Sabemos também que Deus amou o mundo de uma maneira singular e enviou seu Filho ao mundo. E sabemos, por fim, que este mundo é o mundo de Deus, criado por Ele, sustentado por Ele e que um dia será completamente restaurado por Ele.

Mundo, portanto, pode significar coisas distintas conforme o contexto em que apareça.

Na porção seguinte da oração de Jesus, conforme registrada em Jo 17.6-12, o Senhor fala mais especificamente sobre seus discípulos. Eles pertenciam ao “mundo” (v.6), mas agora não se identificam mais com ele (v.9). No entanto, eles ainda estão no mundo (v.11).

Em resumo, seus discípulos não pertenciam mais ao sistema de valores em rebeldia contra Deus (mundo, conforme v.6), mas ainda estavam presentes na dimensão física criada e sustentada por Deus (mundo, conforme v. 11).

Jesus reconhece que eles ainda estão no mundo e esclarece que não deseja tirá-los do mundo (v.15). Em ambos os casos, sua oração tem com objetivo a proteção dos discípulos.

Bom, tudo isso me faz pensar que se a salvação tivesse como objetivo único nos levar ao céu, assim que nos convertêssemos, seríamos para lá transportados num piscar de olhos. Porém, o que a oração de Jesus me ensina é que…

Deus é mais glorificado quanto mais vivemos neste mundo em plena confiança nEle.

Assim como os discípulos, não pertencemos mais a este mundo, mas ainda estamos nele. Somos salvos para glorificar a Deus neste mundo. Como então fazemos isso?

Obviamente, você já deve estar formulando uma resposta mental a esta pergunta. Também já deve ter chegado à conclusão que a resposta pode ser dada a partir de um elenco imenso de atitudes e atividades.

Sim, se pudéssemos nestas pobres linhas explorar cada detalhe de uma vida que glorifique a Deus neste mundo, o texto teria o tamanho aproximado do Novo Testamento.

Vamos, portanto, começar pela construção de um alicerce firme.

Infelizmente, muitos cristãos tratam o que fazem neste mundo como coisas que, na melhor das hipóteses, são interrupções inconvenientes à vida de adoração e serviço ao Senhor. Ainda enxergam suas vidas como um conflito entre duas esferas: o que fazem no mundo e o que fazem na igreja. Ou para usar uma classificação mais conhecida, o secular e o sagrado.

Muito embora a Reforma tenha procurado romper com essa dicotomia, absorvemos essa visão de tal forma que, mesmo nos identificando como evangélicos reformados, ela nos assombra até os dias de hoje.

Não deveria ser assim! O que a Bíblia nos mostra é a vida que vivemos neste mundo como algo único, que se submete em todos os seus aspectos ao senhorio de Cristo.

É por isso que Paulo pode falar:

“Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus.” 1Co.10.32.

 

O apóstolo toma as tarefas mais corriqueiras – comer e beber – e as trata como meios através dos quais Deus é glorificado.

A expressão seguinte é bastante abrangente – ou façam qualquer outra coisa. Penso que podemos tomá-la como um enorme guarda-chuva debaixo do qual abrigamos nosso trabalho, nosso lazer, nossa família, nossos estudos, nossos relacionamentos e tudo o mais que você estiver imaginando neste momento. Ou seja, todas as áreas da vida devem se submeter ao senhorio de Cristo e glorificar a Deus neste mundo.

Jesus ora para que o Pai proteja seus discípulos enquanto eles vivem neste mundo uma vida que glorifique a Deus em todos os aspectos. E Deus é mais glorificado quando vivemos neste mundo em plena confiança nEle, compreendendo que este é o mundo dEle, criado e sustentado por Ele.

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