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Série “As sete leis do ensino” – 3) A lei do envolvimento

Em nossa análise das sete leis do ensino, propostas por Howard Hendricks em seu livro “Ensinando para transformar vidas”, chegamos à terceira lei, denominada “A lei do envolvimento”. É interessante perceber como tais leis não trazem necessariamente nenhuma novidade a quem está envolvido com o ensino. Porém, ao relembrar tais verdades concernentes ao processo de ensino-aprendizagem, podemos reavivar princípios talvez outrora esquecidos pela luta diária e desafios do magistério.

Para Hendricks, a lei do envolvimento resume à seguinte frase: “Quanto mais o aluno se envolve no processo de aprendizagem, mais conteúdo aprende”. Em longínquos tempos, o contexto de sala de aula era maciçamente definido por um monólogo unidirecional – apenas o professor falava e transmitia o conhecimento, sendo os alunos apenas receptores passivos de informação, o que muitas vezes não se mostrou eficiente, criando uma geração que aprendeu a estudar decorando textos e fórmulas, sem uma real experiência de aprendizado.

Diante deste cenário, as modernas teorias educacionais advogaram em favor de uma maior participação do aluno no contexto da sala de aula. Isso seria uma ótima iniciativa, se tais teorias não tivessem partido para o outro extremo da balança, tratando essa participação do aluno de forma extrema, baseando e fundamentando suas teorias na independência e protagonismo do aluno nesse processo.

É possível equilibrar essas duas perspectivas, a tradicional e as modernas. Podemos pensar numa experiência de ensino em que o professor continue sendo o condutor do conhecimento, uma vez que é mais experimentado e conhecedor do processo de aprendizado, porém estabelecendo uma relação de maior abertura para a participação dos alunos, sendo mais ativamente incluídos no ensino. Parece ser essa a ideia de Hendricks ao estabelecer a lei do envolvimento.

Um antigo adágio popular diz: “Ouço, e esqueço; vejo, e guardo na memória; faço, e compreendo.” Tal frase nos mostra a importância do aluno perceber o aprendizado como algo vivo, sentir-se parte da construção do saber, entender que o professor o está guiando de forma que ele perceba como tais teorias funcionam, ao experimentá-las mais vividamente. E isso demonstra um maior interesse, e consequentemente, uma maior absorção do conhecimento.

Um estudo do NTL Institute for Applied Behavioral Science construiu a chamada “pirâmide do conhecimento”. Por meio de seus estudos, eles estabeleceram percentuais de absorção de conhecimento por meio das diferentes formas de se aprender. Aos que apenas ouvem, foi constatado um percentual de 5%; para os que apenas leem, 10%; a experiência audiovisual traz um percentual de 20%; a demonstração entrega um percentual de 30%; a discussão em grupo, 50%; o praticar fazendo tem impressionantes 75%; e, por fim, o ensinar a outros foi o que teve melhor rendimento, com 90% de absorção de conhecimento.

Tais informações vêm corroborar a importância de se levar em conta a lei do envolvimento. Para tanto, os professores precisam estar atentos a apresentar suas lições com ênfase em soluções práticas e resolução de problemas a respeito do assunto lecionado. Isso é urgente, sob o risco de formarmos alunos que não conseguem aplicar aquilo que aprendem, tornando aquele momento de ensino em algo irrelevante para a formação humana de tais alunos. Lembre-se que o seu objetivo em sala de aula é que seus alunos tenham a melhor experiência de aprendizado, e isso passa pelo crescente envolvimento deles neste processo. Deus abençoe a sua vida!

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