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Série “As sete leis do ensino” – 1) A lei do crescimento

Iniciamos hoje uma pequena série de textos a respeito das sete leis do ensino. Meu primeiro contato com essa abordagem se deu no brilhante (e incrivelmente pequeno!) livro de Howard Hendricks, “Ensinando para transformar vidas”. Hendricks foi um experiente professor de Teologia, lecionando por mais de cinquenta anos no Seminário Teológico de Dallas. O livro é basicamente estruturado na exposição das sete leis, e nosso objetivo do texto de hoje é abordar a primeira delas, a “lei do crescimento”.

A grande premissa dessa lei exposta pelo autor está resumida na seguinte frase: “Quem para de crescer hoje, para de ensinar amanhã”. Não sei se isso será uma boa ou má notícia para você, mas caso esteja envolvido na vocação do magistério, você nunca deverá parar de estudar! As grandes áreas do conhecimento estão em constante mudança e atualização, fora que dificilmente você já terá lido todas as publicações a respeito da sua área de conhecimento. Sempre haverá mais um autor a consultar, um livro a comprar, aquele artigo acadêmico para ler e revisar. O professor deve ter como lema a pergunta “Como posso melhorar?”.

Isso nos leva a uma mudança de paradigma: se todo professor é um aprendiz, a relação dentro de sala de aula é diferente do que costumamos pensar. Nossa visão tradicional aponta para um ser que detém o conhecimento que lidera um grupo que não o possui. Ora, deveríamos ver a sala de aula como um aprendiz conduzindo outros aprendizes. A diferença dele para os outros aprendizes é que ele é um “aprendiz há mais tempo”, e com isso lhe foi outorgada a responsabilidade de orientar os aprendizes mais jovens. Ah, como esse pensamento poderia desinflar os egos gigantescos de alguns colegas do magistério!

Como o professor pode, então, se dedicar a cumprir fielmente esta primeira lei do ensino? A resposta mais óbvia (e mais barata!) é a aquisição e manutenção de uma rotina fixa e crescente de leitura e estudo. O professor precisa ser alguém ávido pela leitura – ou pelo menos esforçado. Alguns mestres, por tanto estudarem um autor, se tornam íntimos dele, pois conhecem suas ideias e pensamentos mais do que pessoas que estão fisicamente muito mais próximas deles. A leitura mantém a mente em ação, trabalhando para que a entrega em sala de aula fortaleça o processo de ensino-aprendizagem.

Ainda há a possibilidade de ingressar em cursos de atualização. Neles, temos contato com outras pessoas da nossa área de atuação que estão em estudos mais avançados, que podem colaborar e muito com o crescimento no conhecimento, trazendo novas perspectivas e visões as quais não tínhamos contato. Além disso, os cursos nos colocam em contato com outros mestres que também estarão ali para aprender. Esse tipo de networking também colabora para acrescentar experiência e informações novas, oxigenando a mente por vezes engessada de muitos colegas professores.

Uma última forma de cumprir a primeira lei do ensino é por meio da autoavaliação crítica. Certamente você pode solicitar um feedback de algum outro colega de profissão em quem você confia, porém a avaliação de si mesmo, de sua aula, de seus métodos utilizados em sala, farão com que você saia da zona de conforto. O senso comum diz: “Em time que está ganhando não se mexe”, porém enquanto o seu “time” continua da mesma forma, os demais “times” estão se atualizando e encontrando rapidamente formas de ultrapassar o seu “time” outrora vencedor.

Não se acomode, estude! Não importa quantos anos de magistério tenha, ou quantas conquistas tenha em sua profissão. Sempre há espaço para saber mais. Quem resume isso de forma mais magistral é o Apóstolo Paulo, em 1 Coríntios 8.2: “Quem pensa conhecer alguma coisa, ainda não conhece como deveria”. Deus abençoe a sua vida!

Gabriel Carvalho

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