Início / Artigos / Quanto tempo deve durar uma aula da EBD | Por Gabriel Carvalho

Quanto tempo deve durar uma aula da EBD | Por Gabriel Carvalho

Dando sequência à nossa série de textos sobre o plano de aula, o próximo ponto que devemos refletir é sobre a duração da aula. Nesse aspecto, existem muitas variáveis envolvidas: a disponibilidade de tempo e espaço da igreja; o perfil dos alunos na turma; o tipo de conteúdo e a quantidade de informação a ser ensinada; as características de concentração das pessoas em nossa sociedade atual.

Em primeiro lugar, precisamos analisar a disponibilidade de tempo e espaço da igreja. Não é prudente estruturar e programar sessões extensas de aula, ou conteúdos grandes demais, quando se tem uma quantidade limitada de tempo estabelecida pela igreja. Normalmente as aulas variam entre 40 minutos e 1 hora e meia. Estando em um outro pólo de duração, a forma de preparação do plano de aula deverá ser bem diferente. Uma aula de 40 minutos não pode nunca ter material suficiente para 1 hora e meia de aula, pois além dos insights que o professor tem na hora, há o tempo de interação dos alunos, que consome parte da duração da aula. Saber equilibrar esses fatores é uma arte que vamos dominando com o tempo. Até lá, serão muitas aulas com finais corridos, outras sem ter abordado o tópico final… mas com o tempo as coisas se acertam.

Ainda, é preciso refletir sobre o perfil de alunos da turma. Não só na questão etária (alunos mais jovens ou mais velhos), mas em seu histórico no cristianismo (novos na fé ou mais experimentados), questões de escolaridade (mais ou menos formação escolar) e o objetivo daquela aula ou curso (fundamentos básicos da fé, aprofundamento doutrinário etc). Avaliando essas premissas, podemos chegar mais facilmente às conclusões sobre a duração das aulas. Teoricamente, uma turma de cristãos mais experimentados na fé, e que fazem parte de uma turma de aprofundamento doutrinário, são um perfil mais simpático a uma aula mais longa. Por outro lado, adolescentes e pessoas idosas normalmente (certamente há exceções) são grupos que possuem dificuldades de manter sua atenção por muito tempo, sendo necessário estabelecer uma duração menor de aula, para que haja melhor assimilação do conteúdo. Isso não significa necessariamente conteúdo facilitado, mas tão somente diluído em mais encontros, para melhor entendimento.

Em terceiro lugar, precisamos entender que o tipo de conteúdo e a quantidade de informação são determinantes para a avaliação da duração da aula. Existem assuntos mais complexos, ou que, pelo menos, demandam uma maior reflexão ou discussão em sala. São temas que não podem ser tratados de forma corrida. Sendo assim, será necessário um tempo de aula maior, ou a divisão em mais de uma aula. Outros assuntos, por mais que sejam simples, possuem muitas subdivisões e detalhes a abordar, tornando necessária também a reflexão sobre a duração da aula, a fim de que nenhum ponto importante fique de fora.

Por último, precisamos avaliar as características de concentração das pessoas em nossa sociedade atual. É fato que toda essa tecnologia que tanto nos ajuda pode nos atrapalhar em determinado momento. Aqui mesmo, nesse texto, se eu começar a escrever alguns parágrafos a mais, talvez não tenha mais a sua atenção (prometo que estamos chegando ao fim…). Sendo assim, o bom professor precisa fazer a leitura do seu tempo, e principalmente dos seus alunos, a fim de determinar uma duração de aula que seja compatível com a boa e completa exposição do assunto, sem deixar com que os aprendizes se desconcentrem. Para tanto, podemos lançar mão de recursos didáticas que prendam a atenção, porém devemos ter cuidado para que estes não se tornem o fim, mas sejam excelentes meios para assimilação do conteúdo.

A duração de uma aula parece um assunto simplório demais para um professor, com seus muitos afazeres, se preocupar. Porém acabamos de ver as grandes e vitais implicações que um fator tão singelo pode fazer com nossos alunos, para o bem e para o mal. Como bons Mestres, precisamos estar preparados em todas as frentes, sendo excelentes transmissores de conteúdo, porém dominando também os fatores externos que influenciam no processo de ensino-aprendizagem. Que Deus o abençoe nesse desafio!

Leia também

leia+6

A leitura inspecional Parte 3 | por Gabriel Carvalho

Dando sequência à nossa série de textos “Leia mais e melhor”, finalizaremos neste texto as …