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Olhar Interior

olhar-interiorO Evangelho de Jesus Cristo são as boas notícias do Reino dos Céus, a respeito da possibilidade dos cidadãos do Reino terrestre, salvarem-se da deterioração causada pelo príncipe deste mundo e da sua arma mortífera: o pecado.

Paulo afirmou que o mensagem do Evangelho não deveria produzir em ninguém um sentimento de vergonha. Ninguém deveria sentir-se ofendido ou desconcertado com as boas notícias do Reino, pois, afinal, seu conteúdo era o próprio poder de Deus liberado. Uma espécie de antídoto, de soro anti-ofidico contra as mordeduras da serpente abrasadora.

Entre as muitas ramificações da mensagem salvadora de Cristo, está o olhar sincero e honesto para dentro de si mesmo. Jesus, na tentativa de fazer do arrependimento e da salvação uma experiência pessoal, ensina que temos que aprender a lidar com as traves dos nossos próprios olhos e não com os ciscos dos olhos alheios; diz que com a medida que medirmos aos outros também seremos medidos, como que tentando advertir que este ciclo de juízo alheio é perverso e interminável. Mesmo assim, rotulamos uns aos outros, suspeitamos uns dos outros, e nesse processo esquecemos de amar uns aos outros.

Talvez, o maior desafio da vida, seja mesmo aprender a lidar e conquistar os sombrios territórios da própria alma; e este foco doentio na vida alheia, revele o medo de focar sobre o próprio coração. Pois, não é fácil olhar para dentro e constatar que não há nada que nos destaque, que nos diferencie, que nos qualifique ou que nos torne diferentes de ninguém.

Se fomos despertados à buscarmos a Deus, é graça; se ouvimos o Evangelho e demos crédito, é graça; se nos arrependemos dos próprios pecados, é dom divino; se nossos olhos viram o que outros não viram é por ação única do Espírito. O que nos resta senão descansar em Deus e orarmos para que esta graça encha a terra como as água cobrem o mar!

Tem dúvida sobre o procedimento de alguém? Então sente, converse, faça perguntas. Se o outro for escorregadio, deixe-o ir. Se for mentiroso, a culpa do seu pecado será suficiente. Se for arrogante, peça desculpas pelo incômodo. Se for dissimulado, não evolua. Mas, se for sincero, seja gracioso. Deixe a parte do juízo para aquele que é perfeito e não tem nada do que se arrepender.

Com isso, não estou tentando dizer que não devemos julgar o que se ensina em nome de Deus; ou denunciar comportamentos impróprios dos que reclamam para si o rótulo de homens de Deus. Mas, faríamos bem se julgássemos apenas a mensagem e não o mensageiro. Faríamos bem entender que a companhia do sábio só é salutar enquanto o sábio permanece sábio; mas, quando o sábio passa a se comportar como louco, a melhor coisa a fazer é orar e não desistir de encontrar-se com os sensatos pelo caminho, pois os decepcionados incuráveis pecam pela falta de esperança.

Com amor e carinho,

Pr. Weber

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