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LER EM TEMPOS DE ISOLAMENTO | Por Marcelo Maia

Agora que temos tempo (forçado, claro), vamos maratonar séries? Por favor, pode assistir suas séries, mas vamos dar atenção a estes pobres e esquecidos objetos acumuladores de poeira, os livros.

Que tal começar uma rotina de leitura que inclua os grandes clássicos da literatura? Talvez você já esteja convencido da importância disso, mas ainda não teve disciplina, tempo ou paciência para começar. É com você que quero falar nesse primeiro momento. Caso ainda reste alguma sombra de desconfiança sobre a importância de se ler os clássicos, podemos conversar em outra ocasião.

A primeira pergunta que você certamente irá fazer é a respeito de alguma lista de livros essenciais. Pois é, talvez eu o frustre. O crítico literário e escritor Rodrigo Gurgel, cujos canais no YouTube e Telegram eu recomendo, nos traz algumas lições sobre isso.

Em primeiro lugar, não busque listas! Toda lista é incompleta, pois o autor da lista não sabe tudo e porque o próprio leitor é diferente do autor da lista, a qual inevitavelmente expressará as preferências deste. Assim, o conselho de Gurgel é deixar sua própria curiosidade servir de bússola e motor para suas leituras. O começo do relacionamento amoroso com os livros vem por meio de suas preferências, desejos e inclinações.

Mas, não fique somente nas suas preferências. Se assim for, sua leitura ficará restrita a um ou dois gêneros de sua predileção. Um cardápio de leitura inclui gêneros distintos, com sabores únicos: romance policial, biografias, poemas, teatro, ficção científica e por aí vai.

Muitos propõe listas em ordem cronológica; Gurgel não simpatiza muito com essa ideia por duas razões: pode ser muito chato e você vai chegar ao fim da vida sem ter passado da Idade Média. Nem tampouco tente esgotar todas as obras de um determinado autor, por mais que você goste dele.

Embora listas não sejam desejáveis, há, segundo Gurgel, 4 autores que nunca podem faltar em qualquer disciplina de leitura: Homero, Virgílio, Dante e Shakespeare. Eu incluiria um 5º, Dostoievski, e uma obra considerada o melhor romance da história, Dom Quixote de Cervantes. É, parece que já estamos fazendo uma lista! Se há honestidade na tentativa de listar obras fundamentais, estas estarão lá, com certeza.

Uma última dica é esta: antes de ler qualquer livro, busque saber sobre a vida de seu autor e o contexto histórico em que viveu. Isso dará a você uma base sobre a qual poderá fazer sua leitura com proveito. Para isso, consulte alguma obra de referência literária, como a de Otto Maria Carpeaux.

Agora, vamos agir! Coragem! Só será um bom leitor quem começa a ler; não tem segredo.

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