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Communio sanctorum: as tarefas e responsabilidades da Igreja

por Franklin Ferreira*

O vocábulo ekklesia significa “ajuntamento popular”, que eram as assembléias locais da antiga Grécia, onde os magistrados decidiam a vida jurídica dos cidadãos (At 19.32, 41). No Novo Testamento designa uma congregação local (At 9.31; 15.41; Rm 16.4) ou a comunidade dos redimidos, a Igreja invisível e universal (1Co 1.2, 1.24; 1Pe 2.9,10). Nunca é usada para designar um prédio, uma denominação ou à influência cristã na sociedade, mas a grupos locais (At 8.1; Rm 16.16; 2Ts 1.4), e a todo povo de Deus, através dos séculos (Mt 16.18; 1Co 15.9; Ef 5.25ss). [1]

Admitindo-se que uma igreja pura e perfeita não é possível nesta vida, como podemos descobrir o verdadeiro povo de Deus visivelmente reunido? Tradicionalmente, são reconhecidos quatro sinais: a igreja é una, santa, católica e apostólica. Os reformadores também identificaram duas características da igreja verdadeira e visível. “Onde quer que vejamos a Palavra de Deus pregada e ouvida em toda a sua pureza e os sacramentos ministrados segundo a instituição de Cristo, não há dúvida de que existe uma igreja de Deus”. [2]

Mas, qual é a motivação da igreja? Pode ser a tradição, personalidades, finanças, programas/eventos, construções ou os “sem-igreja”. Mas, porque a Igreja existe? As tarefas e responsabilidades da igreja são determinadas pela sua natureza. Desde que a igreja é o povo de Deus, ela encontra sua razão de ser não em si mesma, mas em servir à glória e honra de Deus. Porém, de que maneira a igreja serve à glória de Deus?

1. Adoração (gr. latreia) [3]

O Breve Catecismo de Westminster começa com a seguinte pergunta: “Qual o fim principal do homem?”, com a resposta: “O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-Lo para sempre”. [4] Esta questão nos lembra que a igreja é uma comunidade de sacerdotes que leva a Deus um “sacrifício de louvor” (Hb 13.15; 1Pe 2.5). John Piper resume bem este ponto: “Missões não é o objetivo principal da igreja, mas sim a adoração. Missões existem porque Deus é o alvo e não o homem. Quanto esta era passar e os incontáveis milhões de redimidos caírem com o rosto em terra diante do trono de Deus, não haverá mais missões. Trata-se de uma necessidade temporária, mas a adoração existirá para sempre”. [5] Em 1543, em um folheto intitulado On the Necessity of Reforming the Church [“Sobre a necessidade de reformar a Igreja”], João Calvino lista os dois elementos que definem o cristianismo, os quais, em suas palavras, constituem “o todo da substância do cristianismo”. Esses dois elementos são primeiro “um conhecimento de qual é a maneira certa de se adorar a Deus; e o segundo é a fonte de onde emana a salvação”. Calvino definiu o lugar da adoração como nenhum dos seus predecessores havia feito até então. Adoração, para ele, deve ser o interesse central dos cristãos. Não é uma questão periférica, mas a “substância última” da fé cristã.

O Novo Testamento contém muitas expressões práticas da adoração (Mt 6.9; Mc 14.12ss; Lc 1.46-55, 68-79; 2.14, 29, 32; 4.16; At 3.1ss; 4.24ss) e inúmeras doxologias (Rm 11.33-36; 16.27; 1Tm 1.17; 6.15ss; Jd 24s; Ap 1.5s), assim como citações dos primeiros hinos cristãos (Ef 1.13-14; 5.14; Fl 2.5-11; Cl 1.15-20; 1Tm 3.16) e formas litúrgicas (maranata significando “ó Senhor, vem”, 1Co 16.22; amém, um termo hebraico significando “assim seja”, Rm 1.25; abba, “Pai”, Rm 8.15). A adoração também é apresentada como fundamental na ordem celestial (Ap 4.8-11; 5.11-14; 7.9-12). Mas é nos Salmos que de maneira suprema a adoração é apresentada. [6]

A adoração é constituída por [7] (a) ofertas de louvor, que incluíam salmos, hinos e cântico espirituais (Ef 5.18-20; Cl 3.16-17) e orações (At 2.42; 4.23; 5.42, etc). (b) A exposição da Palavra de Deus foi introduzida na prática cristã mediante a herança que a igreja recebeu da sinagoga judaica, onde era o principal elemento (Lc 4.16-17; At 13.14 Senhor). Nos primeiros cultos cristãos, a Escritura era lida em público (Cl 4.16; 1Ts 5.27) e também explicada (At 2.42s; 6.2). “É importante que nos identifiquemos com a convicção dos Reformadores de que a pregação da Palavra de Deus não é um apêndice à adoração ou, pior ainda, uma simples atividade humana que se segue à atividade divina da adoração, em louvor e oração. O sermão é antes o ponto alto de nossa adoração, quando ouvimos a voz viva de Deus e somos levados a entregar-nos a ele em consagração e serviço”. [8] (c) A oferta era outro elemento (1Co 16.1-4; 2Co 8-9). (d) As ordenanças do evangelho (batismo e a ceia do Senhor) representam um outro aspecto fundamental (1Co 11.17-34). [9]

Aspectos da adoração: (a) Nos reunimos para celebrar uma pessoa, o Cristo vivo, para nos rejubilarmos na vitória de nosso Senhor e para encontrar-nos com ele em Espírito através da Palavra (Mt 18.20; 28.20). (b) O Espírito Santo dinamiza a adoração (Jo 4.24; Fl 3.3). Ele torna reais as coisas de Deus (1Co 12.3), refreia os instintos indignos (1Co 14.32s, 40), inspira oração (Rm 8.26), induz ao louvor (Ef 5.18s), leva à verdade (1Co 2.10-13), concede dons (Rm 12.4-8) e convence os incrédulos (Jo 16.8; 1Co 14.24s). (c) Um espírito de comunhão e amor invade a igreja (At 2.42-47; 4.32-35) em termos de encorajamento mútuo e edificação em Cristo (Ef 4.12-16).

A adoração é vista não como restrita aos atos de louvor e ministérios comunitários, mas com uma atitude que deveria acompanhar todas as situações da vida (Cl 3.17, 22, 23). “Toda a vida da comunidade cristã devia ser concebida como um festival em que com amor, alegria e ousadia celebremos o que Deus fez por nós através de Cristo. Nessa celebração descobrimos que estamos participando da adoração do céu, de modo que nos unimos ‘aos anjos e arcanjos, e a toda companhia do céu’ ao dar glória a Deus. E, sendo a adoração a Deus, em essência, o reconhecimento de sua dignidade, unimo-nos ao coro celestial entoando a dignidade divina tanto como Criador como Redentor: ‘Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque tu criaste, sim, por tua vontade vieram a existir e foram criadas’ (Ap 4.11) e ‘Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor’ (Ap 5.12)”. [10]

2. Comunhão (gr. koininia)

A comunhão entre os cristãos e a glorificação de Deus pela igreja acham-se intimamente ligadas (Rm 15.7). “Nenhum cristão e, mesmo, nenhum historiador podem aceitar o epigrama que define a religião como ‘aquilo que o homem faz com sua solidão’. Creio ter sido um dos irmãos Wesley que disse não haver no Novo Testamento o menor indício de religião solitária. Somos proibidos de negligenciarmos nossas reuniões. O cristianismo já é institucional desde o mais antigo dos seus documentos. A igreja é a noiva de Cristo. Somos membros uns dos outros”. [11] (a) Ela significa essencialmente participar juntos em algo, e está baseada numa participação comum na vida de Deus (1Jo 1.3,7). (b) Era uma característica da igreja desde o seu início (2Ts 1.3), mas não era indiscriminada. (c) Em casos de mau comportamento extremo uma pessoa podia ser excluída da comunhão (1Co 5.4s; 2Ts 3.14) e a comunhão não se estendia aos que negavam a “doutrina dos apóstolos” (At 2.42; Gl 1.8s). (d) Sua manifestação especial era o agape, o amor sacrificial, abnegado, pelos irmãos (1Co 13; 1Jo 3.16), do qual Jesus falou como sendo um sinal nítido da nova comunidade (Jo 13.34s) e um meio de levar o mundo a ter fé na sua mensagem (Jo 17.23). Amor desta qualidade é impossível ao ser humano, por isso o Novo Testamento fala constantemente dele como sendo um dom do Espírito Santo (Rm 5.5), embora seja, contudo, intensamente prático (1Jo 3.17s; Rm 15.25s; 2Co 8-9). “Eis porque o termo básico usado no Novo Testamento para indicar comunidade é koinonia. Essa palavra significa compartilhar de uma vida comum, de uma comunhão comum, de uma comum fonte de bênçãos. A koinonia é tão ampla quanto ao mundo. Quando os crentes experimentam perseguição na China, ou pobreza na África, somos todos chamados para compartilhar dessa experiência. E é algo tão profundo como o próprio Deus. Compartilhamos na comunhão do Espírito Santo, e, como somos companheiros, ‘habitamos’ na mesma vinha. Trata-se de uma vida juntos na Santa Trindade. De fato, a comunhão cristã é uma extensão da própria vida do Deus trino”. [12]

3. Ensino (gr. didaquê)

A Palavra de Deus é o instrumento supremo para a contínua renovação do povo de Deus à imagem de Cristo (Jo 17.17; cf. 2Tm 3.16s), daí a centralidade do ensino da Palavra no trabalho do pastor (2Tm 4.2). Da mesma forma que o Espírito usou a Palavra para nos levar à fé em Cristo (Ef 1.13), ele também a emprega em nossa santificação (Ef 5.26s).

(a) Pregação expositiva: A exposição pública da Escritura, no poder do Espírito, têm importância incalculável para a reforma e o crescimento do povo de Deus. A igreja não pode realmente viver acima do nível de sua pregação expositiva, que é a pregação que visa essencialmente expor todo o ensino bíblico e aplicá-lo com relevância. “A pregação expositiva é importante para mim, porque é nesse tipo de mensagem que Deus me tem falado mais poderosamente. Quando escuto uma mensagem que mostra falta de respeito pelo texto, creio que estou ouvindo dizer que a Bíblia não tem importância. Então, o que vai substituir a Bíblia serão, indubitavelmente, as idéias do pregador. ‘Prega a Palavra’ – foi esta a exortação de Paulo a Timóteo. Eu acho que devemos insistir nisso, se cumpre à igreja se manter nos trilhos da fé histórica e bíblica”. [13]

(b) Estudo da Escritura em grupo: Encontramos no Novo Testamento grupos informais de estudo bíblico (At 17.11). Estes têm sido certamente um fator de renovação da igreja, em especial durante os períodos em que a pregação pública fora proibida ou entrara em declínio. Martinho Lutero (em 1526) [14] e Philip Jacob Spener (que inaugurou os Collegia Pietatis em 1675) [15] foram alguns dos que trabalharam para formar estas ecclesiola in ecclesia. Nestes grupos é necessário uma boa liderança, que reprima as tendências para a divagação, para ventilar opiniões pessoais, ou para apresentar testemunhos que não estejam claramente baseados na passagem da Escritura em estudo. Se estes perigos forem reconhecidos e evitados, o estudo bíblico em grupo será, sem dúvida, de grande valor. [16]

(c) Estudo pessoal das Escrituras: Para que alguém seja um homem ou mulher de Deus é preciso ser também um homem ou mulher da Palavra de Deus. A disciplina do estudo bíblico diário é um meio adequado dado por Deus, para o crescimento espiritual, e até neste estudo devemos usar as ferramentas da hermenêutica, lembrando-nos que toda a Bíblia é a Palavra de Deus para nós em todo o tempo, e a verdade que cada texto tem para nós é a sua verdade no conjunto do contexto bíblico e teológico. Os princípios corretos de interpretação são pertinentes à compreensão da Escritura, tanto em público como em particular.

Começando em julho de 1525, às 7h no verão (às 8h no inverno), todos os dias exceto sextas-feiras e domingos, todos os ministros e estudantes de teologia de Zurique reuniam-se no coro da Grande Catedral, para dedicar-se a uma hora de aprofundada exegese e interpretação das Escrituras. Ulrich Zwinglio abria estas reuniões com a seguinte oração: “Deus todo poderoso, eterno e misericordioso, cuja Palavra é lâmpada para nossos pés e luz em nosso caminho, abre e ilumina nossas mentes para que possamos entender tua Palavra pura e perfeitamente e para que nossas vidas possam estar de acordo com aquilo que tivermos entendido corretamente; que em nada desagrademos tua majestade, por Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém”. [17]

4. Testemunho (gr. martyria) [18]

O chamado para testemunhar é o cerne das instruções finais de Jesus aos apóstolos (At 1.8), e no Pentecostes eles iniciaram essa tarefa. A tarefa com a qual Jesus incumbiu a igreja envolve a declaração verbal, mesmo que os termos abrangentes da comissão de Jesus sejam mais amplos que isso (Mt 28.19ss; Jo 20.21ss; At 10.42ss). No testemunho, a atenção deve estar voltada à obra objetiva de Deus em Cristo. “Lamentavelmente, entretanto, testemunhar tem sido muitas vezes restringido ao ato de contar como a pessoa chegou à fé salvadora. Não há dúvida de que, em certos pontos, o relato de como Deus tratou conosco pode ser útil para ilustrar e autenticar a quem falamos, mas a essência do testemunho está em levar as pessoas a Cristo, buscando confortá-las com sua obra de salvação”. [19] A responsabilidade de testemunho cabe em primeiro lugar à igreja. Nós cumprimos uma parte básica de nossa responsabilidade pessoal como testemunhas de Cristo no mundo quando participamos do programa evangelístico de nossa igreja local, investindo nele esforço, oração e dons. Mas isto não nos isenta da necessidade do testemunho pessoal. No segundo século, Celso, um crítico franco do cristianismo, queixou-se dos cristãos que no trabalho, na lavagem de roupas, na sala de aula, nas esquinas, estavam sempre “tagarelando” sobre Jesus.

5. Serviço (gr. diakonia) [20]

“Embora o Novo Testamento exorte o indivíduo a fazer boas obras e mostre compaixão no mundo, as exortações e exemplos da igreja local no NT quase sempre tratam de irmãos na igreja. Não houve ofertas para ajudar os pobres em Filipos, mas para ajudar os santos em Jerusalém, suprir as necessidades das viúvas da comunidade cristã e ajudar missionários como Paulo. A igreja local deve equipar o indivíduo para que ele se engaje com paixão no lugar dele no mundo”. [21]

NOTAS:

* Bacharel em Teologia pela Escola Superior de Teologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie e Mestre em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil. É diretor e professor de teologia sistemática e história da igreja no Seminário Martin Bucer, em São José dos Campos, São Paulo, e consultor acadêmico de Edições Vida Nova. Autor dos livros Teologia Cristã e Teologia Sistemática (este em coautoria com Alan Myatt), publicados por Edições Vida Nova, e Gigantes da Fé e Agostinho de A a Z.

[1] – Lothar Coenen, “Igreja” em Colin Brown (ed.), O novo dicionário internacional de teologia do Novo Testamento. v. II. (São Paulo: Vida Nova, 1985), 393-407.

[2] – João Calvino, As Institutas ou tratado da religião cristã. v. 4. (São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1985),11.

[3] – Russell Shedd, Adoração Bíblica (São Paulo: Edições Vida Nova, 1991).

[4] – Breve Catecismo de Westminster (São Paulo: Cultura Cristã, 1996), 1.

[5] – John Piper, Let The Nations Be Glad; The Supremacy of God in Missions (Grand Rapids: Baker Books, 1993).

[6] – Dietrich Bonhoeffer, Orando com os Salmos (Curitiba: Encontrão, 1995).

[7] – Paulo Anglada, O princípio regulador no culto (São Paulo: PES, s/d).

[8] – Bruce Milne, Conheça a verdade; um manual de doutrina bíblica (São Paulo: ABU, 1987), 230.

[9] – Para a importância destes dois meios da graça, ver R. C. Sproul, A alma em busca de Deus (São Paulo: Eclesia, 1998), 145-146: “Através do símbolo do batismo somos confortados pela garantia de que Deus pôs sua marca de propriedade em nossas almas, no ato da conversão, marca esta que é indelével. Nada pode apagá-la. Ele é um símbolo seguro e incontestável da promessa de Deus de redimir àqueles que crêem. (…) Quanto mais velho fico, e quanto mais progrido na fé, mais importante esta ordenança se torna para mim. Se há algum lugar que experimento a comunhão doce de minha alma com Cristo, este lugar é a mesa. Sob um aspecto, a experiência da Ceia do Senhor vem se tornando uma fonte de embaraço para mim. Freqüentemente sou obrigado a cobrir meus olhos com as mãos enquanto comungo, a fim de esconder as lágrimas que não consigo conter. De fato, a doçura de tal comunhão às vezes ultrapassa meus limites, à medida que a exuberância da presença de Cristo inunda a minha alma.”

[10] – John Stott, A cruz de Cristo (Deerfield, Flórida: Vida, 1992), 234.

[11] – C. S. Lewis, Peso de glória (São Paulo: Vida Nova, 1993), 37.

[12] – James Houston, Orar com Deus; desenvolvendo uma transformadora e poderosa amizade com Deus (São Paulo: ABBA, 1995), 307.

[13] – Entrevista com Dr. Russell Shedd, “Compromisso com o ensino bíblico” em Raio de Luz – ano XXVII, edição 105 (abril a junho de 1997), 10.

[14] – Martinho Lutero, “Missa alemã e ordem do culto” em Martinho Lutero: Obras selecionadas. V. 7 (São Leopoldo & Porto Alegre: Sinodal & Concórdia, 2000), 173-205.

[15] – Philip Jacob Spener, Mudança para o futuro; pia desideria (Curitiba: Encontrão & São Bernardo do Campo: Instituto Ecumênico de Pós-Graduação em Ciências da Religião, 1996).

[16] – D. M. Lloyd-Jones, Os Puritanos; suas origens e sucessores (São Paulo: PES, 1993), 139-158.

[17] – Fritz Schmidt-Clausing, “Das prophezeigebet”, Zwingliana 12 (1964), pp. 10-34. Citado em Timothy George, Teologia dos Reformadores (São Paulo: Vida Nova, 1994), 129.

[18] – Para o cuidado com o hábito generalizado e persistente de definir evangelização em termos de um efeito produzido em nossos ouvintes, e não em termos de uma mensagem anunciada, ver J. I. Packer, Evangelização e soberania de Deus (São Paulo: Vida Nova, 1990), 28-62.

[19] – Bruce Milne, op. cit., 235.

[20] – A base da diakonia é a doutrina do Novo Testamento sobre o sacerdócio de todos os cristãos. O pensamento de Martinho Lutero quanto a esta doutrina pode ser sumariado da seguinte forma: Todo cristão é sacerdote de alguém, e somos todos sacerdotes uns dos outros. (a) Este sacerdócio deriva diretamente de Cristo: “Somos sacerdotes como Ele é sacerdote”. (b) Os ofícios sacerdotais são propriedade da Comunidade: pregar a Palavra, batizar, celebrar a Santa Ceia, carregar “as chaves”, orar pelos outros, julgar a doutrina. (c) É uma responsabilidade tanto quanto um privilégio: “O fato de que somos todos sacerdotes e reis significa que cada um de nós, cristãos, pode ir perante Deus e interceder pelo outro. Se eu notar que você não tem fé ou tem uma fé fraca, posso pedir a Deus que lhe dê uma fé sólida”. (d) Não podemos ser cristãos sozinhos, precisamos da communio sanctorum: uma comunidade de intercessores, um sacerdócio de amigos que se ajudam, uma família em que as cargas são compartilhadas e suportadas mutuamente. (e) Nem todos podem ser pastores, mestres ou conselheiros. Há um só “estado”, mas uma variedade de ofícios e funções. Timothy George, op. cit., 96-98. J. Scott Horrel, “A essência da igreja: repensando a eclesiologia à luz do Novo Testamento” em J. Scott Horrel (ed.), Ultrapassando barreiras; novas opções para a igreja brasileira na virada do século XXI (São Paulo: Vida Nova, 1994), 28.

Outras leituras sugeridas:

  • Augustus Nicodemus Lopes, O culto espiritual; um estudo em 1Coríntios sobre questões atuais e diretrizes bíblicas para o culto cristão (São Paulo: Cultura Cristã, 1999).
  • Dietrich Bonhoeffer, Vida em Comunhão (São Leopoldo: Sinodal, 1998).
  • Emil Brunner, O equívoco sobre a Igreja (São Paulo: Novo Século, 2000).
  • Howard Snyder, Vinho novo, odres novos; vida nova para a igreja (São Paulo: ABU, 1997).
  • J. Scott Horrell (editor), Ultrapassando barreiras; Igrejas inovadoras e métodos bíblicos que brotam no Brasil (São Paulo: Edições vida Nova, 1995).
  • John R.W. Stott, Ouça o Espírito, ouça o mundo; como ser um cristão contemporâneo (São Paulo: ABU, 1997).
  • Richard Baxter, O Pastor Aprovado (São Paulo: PES, 1989).

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