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Apenas um sentimento

megafoneEu não sei se o meu discernimento está correto; mas, sinto que essa geração de cristãos tem um gosto exagerado pelo que é polêmico e escandaloso. Linhas e mais linhas são escritas em sites, blogs e twitter, revelando as tendências doentias deste ou daquele pregador, e isto realmente faz sucesso.

Embora acredite na boa intenção de quem denuncia e do perfil apologético desses autores, não posso deixar de frisar que esta preferência pelo escândalo é patológica. Com isso, não estou tentando dizer que a denúncia de práticas antibíblicas e de doutrinas duvidosas seja irrelevante; mas, a simples exposição das práticas de certas personalidades folclóricas do meio evangélico, só serve mesmo para alimentar a fome por notícias sobre a vida dessas celebridades do mundo gospel.

Ultimamente, tenho tentado escrever e chamar a atenção dos meus leitores para assuntos relacionados à devocão cristã. Na verdade, deveríamos nos interessar mais em cultivar um coração piedoso do que saber o que aconteceu nesta ou naquela concentração. Definitivamente, esta geração carece de um modelo discipular que enfatize a piedade, como também precisa de gente que dê as costas para essas tais anomalias-do-mundo-religioso, sem contudo deixar de apontar os perigos doutrinários sugeridos por essa gente. O que estou tentando dizer é que a Igreja precisa de santos: de gente que volte a se apaixonar pelas práticas apostolares da oração e do estudo perseverante da Bíblia. Pois, o que hoje chama a nossa atenção e nos deixa horrorizados é produto do abandono dessas simples hábitos transformadores.

Estou lendo outra vez, depois de 23 anos, o clássico de Richard Baxter The reformed Pastor, reeditado com o título Manual Pastoral de Discipulado. Lembro-me que quando o li pela primeira vez – assim como John Wesley e o próprio Spurgeon (que tinha o hábito de lê-lo aos domingos à noite depois de ter pregado os seus sermões) – causou uma autêntica revolução no meu coração; agora, 23 anos depois, mais maduro, mais castigado pelos anos, as palavras de Baxter me tem soado como uma sirene nesta segunda fase do meu ministério. Coincidência ou não, o livro caiu-me nas mãos enquanto tenho meditado sobre a necessidade de um despertamento para com a prática das disciplinas espirituais e da importância de um chamado à piedade nesta época de tantos escândalos.

Gostaria de convida-lo/a a unir-se a mim na busca por uma vida cristã mais simples e a encorajar jovens, velhos e crianças a encontrarem prazer nas práticas que modelaram os santos desde sempre. John Stott, quando da sua visita ao Brasil, ao ser questionado sobre qual era o segredo para sua vitalidade espiritual, respondeu que era muito simples: orar e ler a Bíblia diariamente, cultuar e tomar a ceia na sua congregação dominicalmente. Estes hábitos simples, tiram o nosso apetite pelo secundário e torna-nos mais famintos e sedentos de Deus. Que tal encorajar seus amigos a fazerem o mesmo?

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