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Obedeça!

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 “Esta é a lei, isto é, os decretos e as ordenanças, que o SENHOR, o seu Deus, ordenou que eu lhes ensinasse, para que vocês os cumpram na terra para a qual estão indo para dela tomar posse. Desse modo vocês, seus filhos e seus netos temerão o SENHOR, o seu Deus, e obedecerão a todos os seus decretos e mandamentos, que eu lhes ordeno, todos os dias da sua vida, para que tenham vida longa. Ouça e obedeça, ó Israel! Assim tudo lhe irá bem e você será muito numeroso numa terra onde manam leite e mel, como lhe prometeu o SENHOR, o Deus dos seus antepassados. “Ouça, ó Israel: O SENHOR, o nosso Deus, é o único SENHOR. Ame o SENHOR, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças”. Dt: 6:1

Ser pai é um ministério magnífico. Aqueles que são chamados por Deus para ensinar e pastorear sua família são os primeiros a matricularem-se na escola da graça divina, cuja principal unidade de ensino é a família”.

Pretendo desenvolver mais esse assunto em outra oportunidade, compartilhando algumas coisas que tenho aprendido, mas nesse artigo permita-me mencionar algo que todo pai irá reconhecer. Não raras vezes somos levados a terminar uma conversa com as seguintes palavras: “Obedeça, por que eu estou mandando!”

Quem nunca disse isso, pode atirar a primeira pedra! Exigir obediência dos filhos é algo certo, mas vamos falar a verdade: muitas vezes o fazemos não porque isso seja benéfico para a saúde espiritual deles, mas porque fomos contrariados e desafiados em nossa autoridade.

Com o orgulho ferido, nossas atenções se voltam não para o coração, mas para o comportamento externo. Sem explicar o que significa obediência bíblica ou relembrar a necessidade de obediência pautada primeiramente por um relacionamento amoroso, disparamos: “Obedeça menino, eu estou mandando!”

Encontramos o imperativo à obediência em vários momentos na narrativa de Deuteronômio, como, por exemplo, em 4.2, 4.6, 6.2, 3, 6.17, 7.11, 12, 8.1, 8.6, 10.12, 13.

Há duas ideias principais sobre obediência que são equivocadas. A primeira é de que ela tira nossa liberdade e a segunda é que podemos alcançá-la por nossos próprios esforços e méritos. O que Deuteronômio nos mostra, em primeiro lugar, é que Israel só seria de fato livre se obedecesse. Só tomaria posse da terra, desfrutaria de seus recursos e derrotaria os povos inimigos se obedecesse aos mandamentos do Senhor.

Mas o ponto principal vem agora. Ao repetir as palavras de Êxodo 20, a narrativa de Deuteronômio reforça a premissa de que a lei a que tinham que obedecer era fruto do amor de Deus para com Israel (5.6; 7.7,8). Ou seja, havia um relacionamento iniciado pela soberana graça de Deus, que libertou o povo, os trouxe sob Seus cuidados ao deserto e ali os provou, demonstrando misericórdia e justiça.

Quando chegamos ao capítulo 6, percebemos que ouvir e obedecer se relacionam de modo indissolúvel. Os decretos e ordenanças deveriam ser obedecidos e o Senhor não abriria mão disso. Mas percebam o tom paternal e amoroso, nas seguintes expressões:

para que vocês os cumpram na terra para a qual estão indo para dela tomar posse…”
“para que tenham vida longa”
“Assim tudo lhe irá bem e você será muito numeroso numa terra onde manam leite e mel, como lhe prometeu o SENHOR, o Deus dos seus antepassados.

E não podemos deixar de registrar a pergunta espantosa do cap. 10.12,13:

E agora, ó Israel, que é que o SENHOR, o seu Deus, lhe pede, senão que tema o SENHOR, o seu Deus, que ande em todos os seus caminhos, que o ame e que sirva ao SENHOR, o seu Deus, de todo o seu coração e de toda a sua alma, e que obedeça aos mandamentos e aos decretos do SENHOR, que hoje lhe dou para o seu próprio bem?.

Tudo isso que lemos acima constitui uma explicação detalhada dos benefícios da obediência. Mas nosso Pai Celeste não se contenta apenas com atos externos de obediência. Ele vê e está interessado no coração. Por isso logo em seguida, de volta ao cap. 6, verso 5, lemos:

Ame o SENHOR, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças.

Estas foram exatamente as palavras que Jesus usou para definir o maior mandamento. Obediência, portanto, é uma expressão de amor. Amor que começa em Deus e nos alcança, de modo que a nossa única resposta ao Deus que nos ama é obedecê-lO em amor.

Jesus também colocou as duas palavras lado a lado em Jo. 14.15: “se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos”. Não podemos nos esquecer, entretanto, que nossa inclinação ao pecado nos conduz para longe do caminho da obediência. Por isso a obediência a Deus não é algo que possamos alcançar por meros esforços humanos ou por nossa suposta nobreza de caráter.

Só obedeceremos enquanto permanecermos dependentes do Espírito Santo (ver Jo. 14.26). Ao terminarmos essa “conversa”, sugiro que você faça comigo a oração do salmista em Sl. 51.12b: “Sustenta-me com um espírito pronto a obedecer”.

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